quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Do desenho a Restauração


Ecce Homo, como era incialmente, como ficou após desgaste do tempo e depois da restauração.
Quando eu era criança, gostava muito de desenhar (qualquer dia desses arrisco scaneio e publico aqui), algumas pessoas da minha família acreditavam que eu seria um arquiteto, engenheiro, desing, enfim, era certo que minha área seria relacionada a desenhos fosse manuamente ou com computação gráfica. Eu tinha o dom; "era", "tinha", pois a vida me levou para outros caminhos, eis que esta semana revivi esses momentos da infância com uma notícia "A pior restauração do mundo". O fato ocorreu em um santuário espanhol chamado de Nossa Senhora da Misericórdia de Borja (Zaragoza). Cecilia Giménez, 80 anos,  restaurou uma pintura do Cristo chamada de 'Ecce Homo' pintado pelo artista Elías García Martínez no início do século XIX  (o resultado pode ser visto acima), minha intenção não é discutir a idade da senhora, pensar nos motivos deste trabalho, e muito menos desdenhar da mesma, óbvio que o fato dela ser da chamada da 3ª idade e o resultado da restauração contribuiram muito para o grande sucesso mundial da imagem, graças a rede esse fato está rodando o mundo. Mas para mim foi além da informação e da risada, eu lembrei da minha infância porque ao olhar aquele "Cristo" (original) pensei: não sei se conseguiria pintar algo assim, talvez foi melhor mesmo não ter investido no desenho, mas quando vi o resultado da "restauração" indaguei-me: talvez se tivesse trabalho isso seria um ótimo profissional da área... Bem o fato é que a situação é tão inusitada que se tornou "tragicomica". Hoje está dando certo, pois milhares de pessoas estão visitando o Santuário para tirar fotos da nova "obra de arte", se tivesse sido uma restauração perfeita a igreja continuaria vazia e nem eu, nem você, nem milhões de pessoas no mundo saberia desse fato, muito menos haveria filas de turistas no Santuário na cidade de Zaragoza, seria uma igreja como qualquer outra, bom para a D. Cecilia e viva a internet! Se eu tivesse na situação da "artista" pensaria: "o que valeu foi a minha intenção", com certeza ela teve bons propósitos ao restaurar o 'Ecce Homo', por ora está melhor do que se podia imaginar, colocou a "igrejinha de Nossa Senhora da Misericórdia" em evidência no mundo, por quanto tempo vai durar essa repercussão é o "x" da questão, porque a obra original do século XIX, não existe mais.

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