segunda-feira, 16 de julho de 2012

Assassinatos na Academia Brasileira de Letras

Este é o primeiro texto que escrevo sobre um livro, já fiz resenhas críticas, mas aqui a intenção não é uma análise profunda (isso pode até acontecer um dia) mas a idéia é apenas expressar a minha impressão sobre a obra. 
"Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" é uma obra de média para curta e tem como centro uma fórmula de séculos, romance policial no qual tenta-se descobrir (o leitor) quem é o assassino dos crimes com os membros da Academia Brasileira, que começam a morrer em circunstâncias misteriosas um por um. Assim no estilo de Sir Arthur Conan Doyle (autor da clássica série Sherlock Holmes) Jô conduz a narrativa. A história se passa em 1924 na cidade do Rio de Janeiro, o autor consegue realmente levar o leitor aquele ambiente, as roupas, as ruas, os carros, lugares importantes da cidade, como o Copacabana Palace e o próprio prédio da Academia Brasileira são vivos na narrativa, o momento histórico do período não é muito explorado por Jô, que prefere citações mais antigas, como por exemplo quando ele explica várias hipoteses de séculos anteriores sobre as 'teorias das coicidências', para ilustrar que o 'detetive' e protagonista da obra, Machado Machado, não acredita em coicidências, a ambiguidade no nome se dá de maneira proposital pois Machado é seu primeiro nome e o segundo Machado é uma homenagem a Machado de Assis. Quem conhece (praticamente todos brasileiros acredito eu) o Jô sabe da sua inteligência e de piadas rápidas e frenquentemente engraçadas, no livro não são tão presentes (nem sem se deveriam ser, é só uma constatação), mas existem, a própria "morte de imortais" já é uma tirada de humor, uma que me chamou a atenção foi quando o policial Machado Machado conversa com um mendigo, mas sem antes deixar de observar que ele é cabeludo, chegando assim a conclusão de que shampoo e água são misturas prejudiciais ao cabelo uma vez que não é comum vermos mendigos calvos, tem lógica. A linguagem da obra é simples, mas acredito que pela riqueza vocabular do autor as vezes palavras um tanto quanto "rebuscadas" aparecem na narrativa mais para adornar o texto do que por necessidade de empregá-las. É o primeiro livro que leio do Jô, certamente ele é  melhor apresentador e comediante que escritor, mas isso não quer dizer que ele não é um bom escritor, pelo contrário, para usar o próprio livro na definição, Jô Soares escreve bem, só não teria espaço na Academia Brasileira de Letras, e acho que ele não tem mesmo essa pretensão (pelas críticas veladas que senti em relação ao status de ser um "imortal"). A história é interessante, para mim foi um pouco menos pois descobri muito antes da hora quem era o assassino o que tirou um pouco da graça, passei muitas páginas torcendo para estar enganado e ser surpeendido, mas não aconteceu. Como foi citado (e como tudo na vida) a defeitos e qualidades no livro, mas vale a pena a leitura, não a toa "As esganadas" (mais recente livro do Jô Soares) será um dos próximos livros que vou ler, deve ser uma boa distração assim como este, e para quem for ler "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras", fica as dicas: Não vá com tanta expectativa e como todo romance policial, preste atenção nos detalhes, boa leitura a todos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário